A Lei Nº 15042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), representa a legislação mais transformadora para o mercado de carbono no Brasil.
Com o objetivo de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) e alinhar o Brasil às metas globais do Acordo de Paris, a lei vai além de uma simples regulação ambiental. Ela cria um mercado robusto de carbono e redefine as estratégias corporativas para diversos setores.
Neste artigo, exploraremos os impactos mercadológicos dessa lei, analisando tanto os desafios quanto as oportunidades para as empresas.
O Contexto da Lei Nº 15042/2024 no Mercado de Carbono no Brasil.
Com o SDG Compact, um compromisso das empresas e organizações em alinharem suas estratégias e operações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, a emergência climática global tem pressionado governos e empresas a adotarem medidas mais efetivas para reduzir emissões de GEE.
O Brasil, como uma das maiores economias do mundo e um dos principais emissores globais, precisava de um marco regulatório abrangente para o mercado de carbono brasileiro.
A Lei Nº 15042/2024 preenche essa lacuna ao estabelecer o SBCE, um sistema que combina metas obrigatórias de redução de emissões com a possibilidade de negociar ativos como créditos de carbono e cotas de emissões.
O SBCE funciona como um mercado regulado onde empresas podem negociar CBEs (Cotas Brasileiras de Emissões) e CRVEs (Certificados de Redução ou Remoção Verificada de Emissões).
Essas negociações permitem que empresas mais eficientes em suas emissões lucrem com a venda de créditos excedentes, enquanto outras, que enfrentam dificuldades para reduzir suas emissões, possam adquirir créditos para cumprir suas obrigações.
O mercado de carbono no Brasil e a mudança de paradigma corporativo.
A introdução de limites obrigatórios para emissões força as empresas a repensarem seus modelos de negócio. Setores historicamente intensivos em carbono, como siderurgia, mineração, energia e transporte, terão que adotar novas tecnologias e práticas operacionais. Essa transformação pode gerar custos iniciais significativos, mas também cria oportunidades para inovação e ganho de eficiência.
Empresas que investirem em soluções sustentáveis, como energias renováveis, processos produtivos mais limpos e economia circular, não apenas se adequarão à legislação, mas também se posicionarão como líderes em um mercado cada vez mais competitivo e sensível às questões ambientais.
Oportunidades no mercado de carbono no Brasil e como aproveitá-las em posicionamento sustentável.
O mercado de carbono criado pela Lei Nº 15042/2024 é um dos elementos mais promissores para as empresas. Negociar CBEs e CRVEs não é apenas uma forma de cumprir obrigações legais; é também uma oportunidade de gerar receita. Empresas que conseguirem reduzir suas emissões abaixo do limite estabelecido poderão vender seus créditos para outras organizações.
A lei traz um novo fator competitivo para o mercado. Empresas que se adaptarem rapidamente e demonstrarem compromisso com práticas sustentáveis terão uma vantagem significativa.
Isso não se limita a consumidores finais, mas inclui também investidores, que cada vez mais priorizam negócios alinhados com critérios ESG (ambiental, social e governança).
Por outro lado, empresas que não se ajustarem podem enfrentar penalidades financeiras e perder espaço para concorrentes mais ágeis.
A reputação também está em jogo: marcas associadas a práticas insustentáveis podem sofrer com boicotes ou perder contratos com parceiros que exigem compliance ambiental.
Desafios para as empresas com o mercado de carbono no Brasil.
Embora a Lei Nº 15042/2024 traga oportunidades, ela também apresenta desafios consideráveis, especialmente para empresas de setores regulados.
Custos de Adaptação
Implementar sistemas de monitoramento, relato e verificação de emissões pode ser caro, especialmente para pequenas e médias empresas no mercado de carbono no Brasil. Além disso, setores que dependem de processos intensivos em carbono precisarão investir em tecnologias caras para reduzir suas emissões, como captura e armazenamento de carbono ou transição para fontes de energia renováveis.
Complexidade Regulatória
O SBCE exige que as empresas sigam padrões rigorosos de mensuração e relato de emissões, o que pode gerar dificuldades operacionais e jurídicas. A necessidade de conciliar obrigações periódicas e negociar ativos no mercado de carbono adiciona uma camada de complexidade à gestão empresarial.
Riscos de Mercado
O mercado de carbono no Brasil é sensível a fatores externos, como flutuações nos preços dos créditos e mudanças nas políticas climáticas globais. Empresas que dependem excessivamente desse mercado podem enfrentar riscos financeiros significativos, especialmente em períodos de volatilidade.
O que isso muda no cenário de marketing para indústrias e outros segmentos na área ambiental?
Para aproveitar as oportunidades e mitigar os desafios, as empresas precisam adotar estratégias proativas e bem planejadas de marketing verde.
Para se posicionar de forma sustentável no mercado de carbono no Brasil, as empresas precisam ir além de simplesmente cumprir exigências legais.
Trata-se de uma oportunidade estratégica para inovar, gerar valor e construir uma reputação sólida em um mercado cada vez mais atento às questões ambientais.
Sites corporativos como a ferramenta primordial para transparência nas emissões de carbono.
No contexto do mercado de carbono no Brasil e da crescente demanda por práticas empresariais responsáveis, o site corporativo se torna uma poderosa ferramenta de sustentabilidade.
Empresas líderes em sustentabilidade utilizam seus sites para comunicar ações concretas no mercado de carbono no Brasil, divulgando relatórios de emissões, metas de carbono neutro e projetos de compensação ambiental.
Klabin, por exemplo, dedica uma seção do site exclusivamente para relatar seus avanços na redução de emissões e no uso de energia renovável. Ela disponibiliza relatórios anuais que seguem padrões internacionais, como o GRI (Global Reporting Initiative), reforçando seu compromisso com a transparência.
Unilever utiliza seu site para compartilhar histórias de impacto social e ambiental, como iniciativas para reduzir a pegada de carbono em sua cadeia de suprimentos.
Empresas menores podem se inspirar nesses exemplos, usando seus sites para relatar suas metas e progressos, mesmo que estejam no início da jornada de sustentabilidade.
Otimização de sites para a redução das emissões de carbono.
A sustentabilidade não se limita ao conteúdo; ela também deve estar presente na operação do próprio site. A Klabin, por exemplo, utiliza servidores com eficiência energética para hospedar suas plataformas digitais, reduzindo a pegada de carbono de suas operações online.
Empresas podem adotar práticas como hospedagem verde, que é uma das formas mais eficazes de otimizar um site para a sustentabilidade.
Ao escolher provedores de hospedagem que utilizam energia renovável e implementam práticas de eficiência energética em seus data centers, as empresas podem reduzir significativamente a pegada de carbono associada à operação de seus sites.
Isso não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também fortalece a responsabilidade corporativa da empresa, alinhando sua presença digital com suas metas de redução de emissões e compromisso com práticas ecológicas.
O que é o Sustainable Web Manifesto?
O Sustainable Web Manifesto é uma declaração pública de compromisso para criar uma internet mais sustentável. Ele reconhece que a internet, se fosse um país, seria o quarto maior poluidor global, devido ao seu consumo de energia em data centers, redes de telecomunicações e dispositivos.
Lucas F. Torres assinou o Sustainable Web Manifesto em 2024, se comprometendo a trabalhar com o desenvolvimento de sites mais sustentáveis e justos para seus clientes.